Obras realizadas num prédio, situado na cidade de Braga, colocam a descoberto uma antiga necrópole, com sepulturas entre o período romano tardio e a alta idade média.
Pelo menos oito sepulturas foram descobertas durante sondagens arqueológicas, numa obra de um prédio, na rua Alferes Alfredo Ferreira, nº 79, no centro de Braga. Armandino Cunha, responsável pelos Serviços de Arqueologia da Câmara Municipal de Braga revelou que, apesar da necrópole há já muito ser conhecida devido a um documento do século XVI, que referenciava o enterramento junto à praça do Conde de Agrolongo, ainda não sabiam qual a sua existência exata, agora colocada a descoberto.
“Confirma-se a existência de uma necrópole tardia, utilizada entre o século quarto e o oitavo, que abrange o final do período romano e início da antiguidade tardia (idade média)”, revelou Armandino Cunha.
Explicou igualmente que todas as obras na cidade estão condicionadas por uma sondagem arqueológica, de forma a ser documentado e, caso exista seja recolhido o espólio para musealização. Um procedimento obrigatório antes de ser emitida a licença camarária.
Neste caso em particular, as oito sepulturas serão devidamente identificadas e documentadas, mas serão destruídas, uma vez que será impossível musealizar as mesmas, adiantou o professor e arqueólogo, Luís Fontes, responsável pelos Serviços de Arqueologia da Universidade do Minho.
Também outras descobertas têm ajudado a reconstruir a história de Braga, como a descoberta de uma grande necrópole, com mais de vinte sepulturas, em São Lázaro, igualmente no centro da cidade. Já na praça da República foi descoberto o alicerce de um torreão do antigo castelo de Braga, que se situava onde hoje em dia é a Arcada.
ARM | Divisão de Património
Fonte e Imagem: O Minho